SINGÔNIO

Descubra tudo sobre folhagem que vem reconquistando espaço na decoração de interiores

Singônio, denominado botanicamente como Syngonium podophyllum, é uma planta rústica, muito versátil e ótima para ser cultivada dentro de casa.

Conhecida também como planta cabeça de flecha devido a suas folhas sagitadas (termo botânico que se refere ao formato de seta das folhas), a espécie foi muito usada como planta de interior até o final dos anos 90 e depois ficou sumida do comércio.

Contudo, sempre foi uma das preferidas do paisagismo de praças e parques públicos, por conta da rusticidade e do belíssimo efeito que sua folhagem manchada proporciona.

Graças a esse adorável visual de folhas rajadas e da facilidade de cultivo, o singônio não só voltou aos garden centers e floriculturas como trouxe ainda belíssimas variedades como o singônio rosa, singônio chocolate, singônio amarelo, mini singônio e o singônio variegata, que mostrarei mais adiante.

A folhagem manchada do singônio, proporciona um belíssimo efeito

Atualmente é uma das plantas mais procuradas para decoração de interiores e urban jungles. Porém, mesmo sendo muito fácil de cultivar e manter, você precisa cuidar do singônio da maneira correta.

Neste artigo vou te ensinar tudo o que você precisa saber sobre como manter o singônio bonito e saudável aí na sua casa.

Mas antes, é importante que conheça um pouco sobre o singônio para entender melhor suas necessidades e seu comportamento.

Continue a leitura e aprenda mais sobre o singônio!

Quando você compra um singônio na floricultura, ele vai parecer compacto e muito comportado no vaso.

Contudo, depois de algumas semanas, é provável que você perceba ele se esticando e crescendo de um jeito desorganizado, parecendo até que algo vai mal com a planta.

Relaxe! Isso é totalmente normal.

Singônios são plantas nativas das florestas tropicais da América do Sul e América Central. Crescem na base das árvores, se agarram nos troncos e sobem por alguns metros, como trepadeiras, buscando mais luminosidade.

Então, é normal que seus ramos se alastrem na direção mais natural para a planta.

É nessa hora, que você pode usar a criatividade e explorar a versatilidade da espécie.

Para cultivar o singônio como uma trepadeira, você pode simplesmente colocar um tutor para ele escalar, usá-lo num belo jardim vertical ou mesmo para cobrir um muro.

Foto: Flickr / Laura Blanchard

Singônios são plantas trepadeiras, por isso, é normal que seus ramos se alastrem para fora do vaso.

Mas se na sua casa não é possível fazer com que as hastes do singônio se agarrem a alguma estrutura, que tal usá-lo como planta pendente, deixando que caiam para fora do vaso, criando uma linda cascata?

Tem ainda a versão forração, onde você pode encostar os ramos com raízes direto no substrato, permitindo que o singônio se alastre horizontalmente, forrando canteiros, jardins ou vasos.

Uma curiosidade: com o passar dos anos, suas folhas se modificam bastante no tamanho – ficam bem maiores -, na cor – ficam totalmente verdes em tom mais escuro – e no formato, perdendo a forma de flecha e se dividindo em até 7 subdivisões bem marcadas.

Essa transformação, que só acontece depois de muitos e muitos anos, deixa o singônio bastante diferente, praticamente uma outra planta.

À medida que o Singônio vai envelhecendo - depois de muitos e muitos anos -, suas folhas se modificam no tamanho, na cor e no formato, apresentando até 7 subdivisões.

Continue lendo porque vou te mostrar agora os cuidados que você precisa para ter singônios lindos e saudáveis.

Qual a luz ideal para os singônios?

Você já sabe que, na natureza, o singônio cresce nas florestas tropicais debaixo das árvores, recebendo luz intensa e filtrada.

Em casa, a dica é oferecer um ambiente com bastante luz natural e sem sol direto. Isso manterá suas folhas com um lindo contraste entre o verde mais escuro e as manchas brancas.

Evite deixar o singônio sob o sol do meio do dia para evitar queimaduras nas folhas. Dê preferência aos horários onde o sol é mais fraco, no início da manhã ou no final da tarde.

As versões mais claras, como o singônio rosa (Syngonium angustatum ‘Neon Robusta‘) e o singonio variegata (Syngonium podophyllum albo-variegatum), precisam receber luz intensa durante a maior parte do dia, mas sem sol direto.

Vale lembrar que na natureza ou mesmo em jardins e canteiros, as plantas são naturalmente mais fortes do que quando cultivadas em vasos, por isso, conseguem resistir ao sol pleno.

Como regar o singônio?

Singônios gostam de umidade moderada, por isso, não devem receber água em excesso pois suas raízes podem apodrecer.

Regue apenas o suficiente para que o substrato fique molhado e a água comece a pingar pelos furos do fundo do vaso.

Volte a regar apenas quando a mistura estiver quase seca. Como saber? Basta afundar o dedo na terra do vaso cerca de uns 3cm. Se ao retirar, seu dedo sair sujo de terra, espere mais um pouco para regar. Repita o teste no dia seguinte ou até perceber que o dedo sai praticamente limpo.

Como insisto em chamar a atenção em todos os artigos do Plantas em Casa, o primeiro passo para evitar que suas plantas morram afogadas, é cuidar para que o vaso tenha uma boa drenagem, ou seja, furos no fundo e uma camada de drenagem feita corretamente.

Se você ainda tem dúvidas de como fazer a camada de drenagem ou mesmo de como regar suas plantas da forma correta, recomendo que leia estes 2 guias abaixo.

Assim como a água em excesso pode causar sérios danos ao singônio, a falta dela também deve ser evitada.

Não deixe que o substrato fique totalmente seco, esturricado, pois vai acarretar folhas amarelas na base da planta.

É normal que algumas folhas mais antigas fiquem amareladas com o tempo, mas se você deixar seu singônio passar sede com frequência, isso poderá se transformar num problema sério.

Qual substrato usar nos singônios?

Singônios podem ser cultivados até mesmo em terra comum de jardim, contudo o mais indicado é que o substrato seja rico em matéria orgânica e bem drenante para que a água passe com facilidade.

Uma receita da jardineira Carol Costa é preparar o solo com 2 partes de composto orgânico (pode ser húmus de minhoca, esterco bovino curtido ou esterco de frango), 1 parte de areia de construção e outra de terra comum, bem misturadas.

Como adubar o singônio?

Singônios são plantas rústicas e pouco exigentes quanto à adubação.

Mas vale lembrar que, com o passar do tempo, é natural que a terra das nossas plantas fique pobre em nutrientes. Isso acontece por conta da rega ou da chuva – que porventura a planta receba -, e que consequentemente leva embora esses nutrientes no escoamento.

Outro motivo, é que as plantas que compramos no comércio receberam uma adubação super reforçada durante seu cultivo para que pudessem chegar bonitas e saudáveis nas lojas. Mas é claro, que isso não dura para sempre.

Depois de uns 3 a 4 meses, esse efeito de “planta bombada” começa a desaparecer, e logo percebemos que a planta não parece mais aquela que escolhemos na loja.

Para mantê-la bonita e saudável, você pode fazer a adubação a cada 3 meses com húmus de minhoca, bokashi ou NPK 10-10-10, conforme as instruções do fabricante.

Uma dica do engenheiro florestal Murilo Soares, é regar a planta 1 vez ao mês com uma calda de húmus de minhoca: é só misturar 1 xícara de húmus de minhoca em 1 litro d’água, mexer bem e pronto!

Singônio é uma planta tóxica?

Sim, é importante lembrar que o singônio é uma planta tóxica, assim como outras espécies da família Araceae, contendo cristais de oxalato de cálcio que podem irritar a boca e a garganta, causando dor e inchaço.
Portanto, é recomendado que a planta seja mantida fora do alcance de crianças e animais de estimação, o que é um bom motivo para usá-la pendente.
Para conhecer mais plantas que você deve manter longe de cães e gatos de estimação, não deixe de ler o artigo 25 plantas tóxicas para cães e gatos – Provavelmente você tem uma delas em casa ou gostaria de ter.

É necessário podar o singônio?

Singônios não precisam de poda, a menos que haja folhas amareladas ou queimadas que precisem ser removidas para estimular o surgimento de novas folhas.

Contudo, dependendo de como prefira o visual do seu singônio, você pode ou não querer podá-lo.

Se você quer ter uma planta mais compacta, não tenha medo de usar a tesoura (mas lembre-se de desinfetá-la antes). Isso encurtará as ramas que estão começando a se esticar e vai ajudar a estimular o surgimento de novas folhas, mantendo o vaso mais cheio e com um visual mais arrumado.

Aproveite as ramagens que retirar para fazer mudas, como veremos logo a seguir.

Como tirar mudas de singônio?

Singônios se propagam facilmente por estacas de galho, desde que tenham alguma raiz aérea.

Para tirar a muda, é só cortar um pouco abaixo do nó e espetar diretamente no substrato para que, em pouco tempo, comece a se desenvolver.

Caso a muda ainda não tenha raízes bem formadas, coloque-a com as raízes num recipiente com água e aguarde por alguns dias antes de plantar no substrato.

Lembre-se de trocar a água com frequência ou coloque um pedacinho de carvão vegetal, aquele do churrasco – mas sem gordura! -, para manter a água limpa e fresca.

Outra forma de fazer mudas de singônios é através da divisão de touceiras. Basta identificar na base da planta o conjunto de hastes que compõem a muda e separar as raízes.

Singônios podem ser mantidos na água para desenvolver raízes, mas é importante substituir a água frequentemente.

É possível cultivar o singônio na água?

Sim, é possível cultivar o singônio por hidrocultura, sem a necessidade de substrato ou solo. Esse tipo de cultivo é conhecido como cultivo em água ou hidroponia e pode ser uma opção interessante para quem deseja uma alternativa ao cultivo em solo ou quer dar um toque diferenciado na decoração.

Para cultivar o singônio em água, é necessário ter um recipiente transparente, como um vaso de vidro ou de acrílico, e água limpa. As raízes da planta são colocadas diretamente na água, sem a necessidade de substrato. É importante trocar a água com frequência, pelo menos uma vez por semana, e evitar o acúmulo de sujeira e algas.

Além disso, é possível adicionar nutrientes à água para fornecer os nutrientes necessários para o crescimento da planta. Você pode usar o adubo líquido NPK 10-10-10 diluído na água a cada 2 a 3 meses.

No cultivo em água, o singônio costuma se desenvolver mais rapidamente e ter um visual exuberante, com raízes aéreas que se estendem pelo recipiente.

Se interessou? Assista o vídeo do canal Vida no Jardim, onde a paisagista Lucia Borges ensina como montar um lindo arranjo sem terra, usando o singônio.

Pragas e doenças no singônio

Como já vimos, singônios podem sofrer com a podridão nas raízes se for regado em excesso.

Além disso, as famigeradas cochonilhas podem infestar singônios sem serem percebidas. Minha dica é de que você esteja sempre de olho, principalmente atrás das folhas e nas dobras das folhas novas e, ao primeiro sinal, inicie o combate com calda de detergente ou óleo de neem.

O singônio também pode ser atacado por outras pragas e doenças. Alguns exemplos incluem:

Ácaros: Esses pequenos aracnídeos podem causar manchas amareladas nas folhas e teias finas na planta. O controle pode ser feito com acaricidas específicos.
Fungos: O singônio pode ser afetado por fungos que causam manchas nas folhas e, em casos mais graves, podem levar à morte da planta. Para prevenir o problema, evite molhar as folhas e mantenha a planta em local bem ventilado. Se o fungo já estiver instalado, pode ser necessário o uso de fungicidas.
Pulgões: Esses insetos sugadores podem causar deformações nas folhas e prejudicar o crescimento da planta. O controle pode ser feito com inseticidas específicos.

É importante estar sempre atento à aparência e saúde do seu singônio e tomar medidas preventivas para evitar problemas. Quando identificar uma infestação ou doença, é importante agir rapidamente para evitar que se espalhe para outras plantas.